Votação irá ditar o tom de continuidade das reformas
Resumo.
Ao longo do dia a votação da denúncia contra o presidente Temer dominou os holofotes. Contrariando apostas quanto a um quórum reduzido no plenário, a base aliada mostrou coesão e compareceu em peso, já dando um prenúncio de vitória do governo.
No fechamento desta edição a votação, no entanto, estava em pleno andamento, mas a leitura dos agentes fosse a da balança pendendo em favor da atual legenda.
Ibovespa.
O clima em torno do mais provável avanço das reformas governistas manteve o apetite dos investidores ao longo da sessão. A maior alta do dia foi da Rumo (RAIL3), que reagiu a análise sobre a renovação da concessão da Malha Paulista, mas as maiores contribuições ponderadas ficaram por conta de Petrobras (PETR4) e Itaú Unibanco (ITUB4).
O Ibovespa findou aos 67.135 pts (+0,93%) com o giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 9,71 bilhões, sendo R$ 9,37 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital externo para a bolsa, com o ingresso de R$ 49,32 milhões em 31 de julho, passou a somar saldo positivo de R$ 3,105 bilhões no mês. Em 2017, a entrada líquida acumulada situa-se agora em R$ 7,997 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, segundo o ADP, houve a criação de 178 mil postos de trabalho em julho. O dado veio abaixo das projeções dos analistas (média: 190 mil) mas houve revisão do dado do mês de junho que passou de 158 mil para 191 mil, tornando o dado neutro no apanhado bimestral.
Câmbio e CDS.
Sem fatos considerados direcionadores houve mais uma sessão de predomínio da estabilidade da moeda norte americana ante o real. O dólar fechou a R$ 3,1215 (-0,05%).
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos cedeu a 204 pontos ante o fechamento de 207 da véspera.
Juros.
Houve novamente queda concentrada nos vencimentos curtos da curva a termo dos juros, desta vez precificando a vitória do governo na Câmara frente a denúncia da PGR.
A interpretação é a de que com maior probabilidade de avanço das reformas o Bacen tenha ainda maior conforto em um eventual corte na Selic, já que a questão fiscal é preponderante ao cenário de riscos da autoridade monetária. Os vencimentos intermediários e longos operaram com viés de estabilidade.
Para a 5ª feira.
Além da agenda econômica, que inclui destacadamente vendas no varejo na zona do Euro, definição de juros no Reino Unido e pedidos de fábrica e bens duráveis nos EUA, os holofotes dos agentes se voltam em definitivo para o terreno reformista.
Passado o imbróglio da votação da denúncia contra a presidência, o mercado passará a precificar a probabilidade e data provável do avanço das reformas em pauta, como o Refis, a tributária e em especial à da previdência – o grande desafio da atual gestão.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 0308.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos da equipe do BB Investimentos